Muitas vezes é gente começa a enxergar o mundo desde os nossos pequenos pés e aquele alto balcão da farmácia, nem nossos dedinhos das mãos alcançam o que há ali por cima. Ao engatinharmos a gente começa a sair numa corrida curiosa e, de vez em quando, a gente pára e olha para trás, talvez para medirmos a distância e sabermos de onde viemos. É uma deliciosa sensação essa de experimentar e desbravar o espaço, tudo tão grande e nós tão pequenos. Seremos pequenos diante do tamanho do mundo que construímos dentro de nós ou aquele mundo dimensionado por aquilo que criamos a partir do que acreditamos sua possível existência.
Os pés na terra, o sol da manhã e milhas pra chegar na escola, o solo seco marcado pelos chinelos velhos das mulheres do sertão a carregar água, trilhas de bosques desgrenhadas de mãozinhas infantis a brincar ou corpos ardentes de desejo a se saciar nas encostas das frindosas árvores da floresta. Mendigos, reis, cavalos árabes, viralatas, a desfilarem pelo mesmo chão, mesmo mundo. Cada um criando sua paisagem através das histórias vividas, do conhecido e imaginário pessoal, da dor, suor, valor, da falta, do amor, do que foi ficando para trás e do que cada um anseia à frente.

Podemos sentir as pedras do caminho sob nossos pés, precisamos de atenção onde pisamos, em quem pisamos, quais pedras serão obstáculos, quais poderão servir como degrau, umas são escorregadias, outras minúsculas e pontiagudas, que podem nos ferir mortalmente, pois vamos a sangrar pelo caminho, deixando marcas de nossa dor, sequelas de nossas inesperiência, nossa dispersão, a ansiedade em queremos ser espertos, dar grandes saltos, caminhar saltitantes a beira do precipício, balançar no ar como uma folha no vendaval, por um segundo, tudo em vão e um frio na espinha pela ousadia da auto-confiança. O chão é um caminho a percorrer e aprender com ele, é nosso dia a dia , real, não dá mais para sonhar com o mundo da infância do conto de fadas, da proteção do colo dos pais, da cama quentinha, da melhor amiga de infância. Os pés cresceram e somos grandes, pois vamos mostrando quem somos, a vida exige que cresçamos e façamos escolhas conscientes.
3 comentários:
Amiga
Muito , muito obrigada mesmo por gastar seu tempo comigo, fazendo meu mapa astral(é assim que se chama ) eu simplesmente adorei !!!
Que Deus te abençoe e voçê seja muito bem sucedida naquilo que amas fazer que ele te dê conhecimento e sabedoria para cada vez mais entender as pessoas ...
beijos e se cuida
Sócia *.*
Encruzilhadas, curvas, subidas ingremes, estradas sem placas e a gente com a bussola interna desregulada...Crescer? Eis aí algo que não dá pra escapar independente que o recusamos. O tempo vai passar, e um dia no espelho de nós mesmos, vamos ter que encarar a natureza transitória desse mundo...
ENORME beijo
♥
é, e a cada dia temos mais curvas, caminhos a percorrer. Uns tortuosos, outros lindos e retos.
É aprender a cada dia. Tirar lições de coisas que não nos beneficiaram e ter noção de que tudo pode ser consertado ou ao menos uma lição que aprendemos.
A vida é real, as vezes dura, mas não podemos transformá-la em um fardo. Temos que ter um olhar de credibilidade e alegria do que podemos fazer, lembrando do que passou e almejando novas aventuras e alegrias para frente.
Tem que ser assim !!
bjs
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