O que você veio fazer aqui? Viver ou Sobreviver? Na na Ni na não!

Em certos momentos na nossa vida nos damos conta do quanto somos únicos, conseguimos a partir de um dado tomar consciência que a vida do universo que nos rodeia depende literalmente de nossos olhos para contemplá-la e fazê-la existir . A gente vive tanto no caos da sobrevivência que esquecemos de nós, nós na nossa unicidade, talvez a gente se perca tanto da nossa essência e nos robotizemos para não entrar em contato com essa realidade. A gente pouco se ouve, mais grita e resmunga pro povo  que está no caminho, e um dia a redoma invisível de vidro cai e somos o alvo da pedra que nos atinge em cheio e doi. As ilusões se esvaem com o vento, a gente sente de um tudo no silêncio da noite, chorando baixinho no travesseiro, é quase como se fôssemos tomados de uma hora para outra de todos os sentimentos juntos, somos só um sentir. Uns derramam lágrimas como a lavar o corpo e expelor em gôtas cada coisinha que guardou durante tanto tempo. Fragilizados a gente se torna mais "humano", fica tudo mais à flor da pele, e tem gente que meio que se esconde, medo de poderem destruir se telhado de vidro à mostra, enquanto outros que se acham fortes, vão que nem um trator marchando pra frente do médico e exigindo toda a verdade, por dentro o coração está  todo apertadinho esperando a sentençã final.

A gente se sente tão só com a nossa dor, côsncia do nosso pé doendo, do mancar, o caminho parece mais longo, pois carregamos nosso pé passo-a-passo, por cada rua, esquina, escadas, nunca demorou tanto pra passar e rola uma ansiedade danada de quando vai acabar. Porra, é um momento que dispara uma bomba-relófgio que desperta metado do quarteirão da nossa total inconsciência, irresponsabilidade e indiferença com o que a gente faz com a vida da gente.

Passa um filme pela cabeça da gente, parece até que a gente já ta com o pé na covae é hora de chegar lá na porta do "paraíso" e São Pedro a decidir pra donde vamos, no camínho a gente vê filminho do que fizemos, do quanto nos desgastamos, do tempo que perdemos. A indiferença é uma merda, seja esta en relação a quem amamos, que nesta hora representa a nossa dor, porque está ali doente, morrendo, seja quanto ás nossas dores, sejam físicas, sejam emocionais, um total desinteresse em nos proteger, mais vivemos nos defendendo e nos agredindo e fugimos de pequenos atos que nos remetem a quanto somos parte de um todo, da importância do nosso papel nessa vida, do quanto tantas pessoas dependem de nós, do nosso conhecimento, do nosso trabalho, da nossa atenção, carinho, dedicação e amor.

Um dia não dá mais para ignorar o que acontece, a sincronicidade da vida se faz presente através de um evento, já plantado há tempos por nós mesmos ou pela nossa própria inércia como acomodados bonachões de sofá ou também pela literal fuga a respeito de quem somos e o que viemos fazer aqui. Será que ninguém pára e pergunta o porque faz isso ou aquilo,. O que move você a continuar vivendo? Você é um ser racional e aí? Trabalha pra comer e vestir? Tem filho pra procriar? Compra casa pra não dormir ao relento?  Você quer crescer profissionalmente  pra ganhar  mais dinheiro e ser admirado, ter poder, pra que? Mas na hora a a água cai, desba a casa e leva tudo embora na sua frente, você literalmente com os pés nus na água, foi o que sobrou de tudo o que você sempre se mobilizou para construir.

A desgraça, a crise, a falta, a miséria humana que nos violenta tem um sentido muito maior do que só a dor da perda, do ter que abrir os olhos para a realidade, Ali, com o pé mancando pela rua molhada, é inevitável não se molhar, você está na "chuva" pra isso, cair de cara na vida e continuar. E cara, é nesse momento que a gente descobre que é só e que depende de nós continuar e fazer diferente, ou seja começar de novo, um novo filme, novo roteiro e aí, você vai ter a noção da teu valor.

De quantas mãos se estenderão pra você, te braços desconhecidos a te carregar , de acenos felizes por te reencontrar, polegares estendidos a torcer por ti, de mãos pequeninas a contar com teus pés para guiá-las, da tua própria mão a reescrever tua história.

É por isso que estamos aqui!