Pensava em em muitas coisas a dizer, a comentar, alertar, reclamar, desabafar, eu não tenho espaço vazio nessa minha cabecinha . Mas às vezes é difícil escolher o que vir falar, por vezes o tema se impõe pelo momento e neste caso é exatamento o que me veio à reflexão.
Pensava no distanciamento de minha amiga e sócia Vennus, que deve estar hibernando atrás de alguma moita lunar. Como eu também tenho meus momentos "in" fico quieta , já dei sinais de fumaça, mas os tambores ainda não tocaram, então a pajelança ainda não terminou.
Mas me deu vontade de falar do tema, de como existem silêncios nossos e alheios, como a gente "perder" o contato com pessoas que são passageiras na nossa vida, elas enquanto vivas em nossa consciência cotidiana, são amigas, companheiras e, de repente, o mundo as tira de nós, viajam para outro país, se fafastam por suas próprias necessidades pessoais e os laços se findam, por vezes nem as tais saudades deixam em nós.
Eu acredito muito na sincronicidade da vida, dos encontros e desencontros, nos eventos criados lá no passado que vão se formando atpe se materializarem no presente, ou tudo o que somos hoje como resultado de tudo que até hoje tivemos consciência, atitude ou inércia diante da inconsciência e medo. Por isso talvez me encante pensar nesse ritual de vida que se entrelaça nem sempre sabendo nós de quando começou e sem termos controle sobre quando vai acabar. Em certos momentos o tempo para, como se o vento cessasse, o silência nos trás de volta a reunir passado-presente-futuro num só e podemos ter uma percepção maior desse nosso universo pessoal criado por nós. Ali, como num jogo virtual, colocamos casas, carros, personagens, cadeiras, meses, professores, patrões, amigos, paisagens e, este é somos tão dono desse nosso mundo, que o destruímos a qualquer momento, que atraímos novos componentes, fantasmas, ilusões, literalmente jogamos fora o que não nos serve e esquecemos o que nos causa dor.
Tem momentos que a gente fixa pra sempre, como se fôssemos um diafragma de uma máquina fotográfica e congelássemos num flash aquele momento, bom ou mal, mas que fica como um fio condutor a nos guiar de forma subliminar para frente ou para trás. Quantas e quantas vezes a gente nem percebe o que nos leva a repetir padrões, a se deixar guiar pelos fios como marionetes. Uns seguram fime nos fios e resolvem mudar o roteiro do espetáculo, outros me lembram João e Maria a perdidos na floresta, acreditando que aquele seu mundo é dentro de uma cúpula de cristal, onde é proibido ousar pular, há limites criados por eles próprios, limites invisíveis, os medos não admitdos. E eles silenciam, se movem sorrateiramente, se excluem, seja num comodismo absurdo da poltrona, seja na auto-destruição pelas drogas (mesmo que o "barato alucinógeno dê prazer", é uma fuga de um mundo que ele mesmo criou e em vez de mudar o mundo, ele se destrói, seja pelo suicídio, pela ocultação de si mesmo na partilha com os outros, na depressão, no desfrute com a natureza, com as revelações diárias que a vida nos presenteia.
Existem o silêncio da morte, o último suspiro dos que amamos, um adeus carnal pra sempre, uma dor prévia da ausência, uma eterna saudade do que foi bom. O tempo cicatriza as feridas e nos distancia fisicamente da dor, fica o que tinha que ficar, o que o outro somou à nossa experiência de vida. Muitos costumam "esquecer", eliminar os que de alguma forma silenciaram o amor, a atenção, deixaram marcas profundas, dolorosas e, em vez de negar, se joga no baú do esquecimento, eliminamos rapidamente a dor, ou pensamos assim nos livrarmos da opressão no peito. Não admitimos viver o inverno da vida, onde vamos ter que resistir ao vento frio, à neve, a ausência do sol e das folhas, até que , mais uma vez, o Sol rasgue as nuvens e nos faça derreter e entrar em contato com o nosso coração.
É preciso viver cada segundo, inclusive estes onde nos percebemos em silêncio, no vácuo, e é necessário que aprendamos a lição que o espaço se cria para renovação. A vida é um processo cíclico, por isso, necessárias as perdas e fundamental o plantio e colheita. O homem como ser produtivo precisa viver suas estações e compreender que aquilo que cai, que fenece é ponto de partida de um novo ciclo, que deve ser utilizado como "adubo" na continuação da da experiência da vida. Fugir, negar, jogar fora a dor, é guardá-la num baú de horrores, onde se multiplicam frenéticamente os males. E tudo na vida tem sua função, e não precisamos sofrer pela eternidade, basta aprendermos com a dor, basta encararmos os medos, e, como mágica, eles se tornam reais, presentes e podem ser regenerados, nem sempre reparados, mas compreendidos como função contrastante.
Esperando por Vennus. diáfana deusa do amor....
6 comentários:
Lindo texto...repleto de coisas a se pensar.
Sabe que eu tenho também esses momentos em que dou uma sumida, me recolho, preciso às vezes da solidão pra refletir, às vezes também me canso da superficialidade alheia. E é essa solidão, esses momentos de reflexão em que eu encontro a paz interior, mais alegria e mais forças pra continuar adiante.
Repetir padrões é algo que eu descobri que fiz nas minhas últimas reencarnações, por isso nessa agora estou procurando fazer um grande esforço consciente pra agir diferente e não cometer os mesmos erros. Nós temos a mania de pensar que estamos mudando muito e crescendo muito mas ao analisarmos o nosso passado num tempo maior vemos o quanto tudo aquilo que fazemos representam apenas pequenos passos de formiga rumo a evolução.
Não é preciso sofrer pela eternidade mas isso é algo que depende de cada um agir em prol da sua própria felicidade, enfrentando seus medos e seus fantasmas internos né?
Oi amiga
Esse texto é lindo , e muito reflexivo também ...
concordo contigo , quando dizes que muitos se vão e nem deixam saudades , mas também tem tantos que deixam tantas saudades no peito da gente ...
bjussssssssss
Minha querida Sá lindo seu texto nao esperava menos de uma pessoa tão linda.
Pessoas que nos deixam saudades são pessoas que de uma forma ou de outra contribuiram um pouquinho na nossa felicidade.
Este silencio da Vennus tambem me preocupa.
Bjos
Pois é , tenho pensado em Vennus...
ela pode postar so a palavra OI, dai a gente para de perguntar, ate ela nos querer de novo, hiihihi....
o silencio, ele as vezes diz tanto, não precisa nem tecla SAP, estes dias nã ouvi nd e senti q vinha barulho, confirmei ontem
como e facil interpretar o silencio
bj
Nossa... fantástico esse post. excelente d+, totalmente reflexivo, maravilhoso, com detalhes das palavras bem colocadas, totalmente expressivo de uma forma e qualidade sem contestações. Reli ums 3x.
Ahhh amiga, obrigada pelo teu comentário lá no blog, eu sou bem virginiana mesmo. A típica... fiquei bem tranquila.
bjos
Sócia MUITO MUITO amadíssima...
Tuas palavras me arrancaram uma chuva do peito...Daquelas cheirosas, que molham essa terra que sou, e produzem flores...frutos...e convidam as borboletas a vir voarem...Tu sabes do IMENSO amor que te tenho, e do quanto te respeito, e admiro, e gosto da companhia... Do quanto rimos muito juntas e papeamos sobre tudo, sem preconceito e pudores. Amo nossa amizade, e sinto quando essa casa 12 me fecha, engole, afundando-me numa interiorização, que não consigo sair para por a cara na rua...Me silencia a voz e tb a presença, como a semente que nem vemos brotar...
Não é falta de amor minha amiga, nem relapso com os laços que nos uniu, e que me é tão caro e rico...
TE LEVO E GUARDO NO CORAÇÃO
Meu ultimo pensamento do dia é: Será que a San está bem? E peço para que todos os anjos te afaguem o sono e a vida por mim, só pq me é uma amiga preciosa.
Amo-te...
(E Beijão para todas as meninas.)
Não sabes como sinto tua falta
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