Despindo Papai Noel

É Natal, depois de quase 365 dias de calendário cumprido, muito calor, inundação, pepinos, abacaxis, falta de dinheiro no bolso, pressão do chefe, sacanagem dos colegas, um governo pra lá de corrupto e corrompido, só nos resta relaxar! Vamos arrebentar neste Natal e deixar Papai Noel peladão, o vovô  vai mostrar a que veio, vai dançar a dança do Ho Ho Ho... e vamos nos divertir, tomar umas cervejas geladas e assistir ao striptease natalino.

Tempo de "FESTAS", fim de ano, rola algo meio saudoso dentro da gente, nem sempre toda a algazarra que acontece nas ruas cheias de gente  carregando sacolas, lojas entupidas de vendedores afoitos pelas comissões, crianças exigindo o brinquedo da moda para os pais. Dentro da gente vem meio que uma curiosa sensibilidade, quase imperceptível da chamada saudade, passa um filme dos Natais da infância, dos presentes ansiosamente esperados, da família junta, dos que foram de crise, roda um cineminha de reflexão, que me faz acreditar que ainda existe um espírito de Natal dentro da gente. O mais difícil é quando a gente se vê do lado de fora da "festa", se coloca no lugar daqueles que ficam na vitrine, nas janelas apreciando a fartura dos outros, ou cá de dentro , comodamente sentados, olhando o mundo lá fora, a miséria, a ausência de solidariedade daqueles que mais tem.

Neste  Natal vamos dar cabo desses Noels Safados, ladrões, disfarçados de homens de boas intenções, esses merecem a sargeta, os pais que abandonam seus filhos, os mandam matar, os agressores, os abusadores sexuais, do trabalho infantil, do direito do cidadão. Precisamos acreditar menos nessas fantasias com sacos cheios de boas intenções em nos arrancar o que construímos. É hora de viver e exigir seus direitos, por pequenos que sejam os ganhos frente a uma máquina esmagadora da ética, mesmo que a impunidade prevaleça sobre a violência, ainda somos a maioria de "homens de boa vontade". Ainda acredito que somos feitos de um material não corrompível e resgatável a qualquer momento, quando o indivíduo toma uma atitude de se manter sobre seus alicerces firmes de seu coração de estudante, aquele que pode mudar o mundo a partir de sua própria audácia em acreditar em si mesmo como fonte de mudança.

Agora só me resta desejar a todas e todos um fim de ano de paz interior, muita reflexão, fartura amorosa e um presente especial, não precisa mais, um daqueles que vem em grades caixas, que seja mais que um peru de natal, algo além de um ursinho de pelúcia, que seja um "brinquedo" de verdade pra vocês curtirem pelo resto do ano.

Ha Ha Ha