A gente nasce fazendo força, sendo exprimido, ou tirado na marra do bem bom do universinho de paz à media-luz. Na primeira inspiração,abrir o s brônquios dói pra cacete, mas é a nossa salvação. A gente vive de O2, sem ele já era, nada sobrevive nessa máquina humana. Somos lutadores desde o primeiro minuto que viemos ao mundo, dando um desconto aos que tiveram colo, carinho, atenção, mesmo que isso não implica literalmente em sentirensem amados, a maioria chega a idade adulta "capenga", carente, com crenças tenebrosas, cheia de medo,nascem se dar conta da maioria do que a compõe como estrutura pessoal.
Viramos adultos infantilizados, preses a uma série de tabus, convenções religiosas, preconceituosas e moralistas distorcidas, aqui sem precisar culpar pai e mãe, pois são eles também vítimas do mesmo esquema. Ainda acreditamos que o universo gira ao nosso redor, talvez por isso uma grande leva nem sabe que precisará continuar lutando.
O povo aprende a ler e escrever, a fazer sexo, leva o aprendizado nas coxas (e as colas também),se num fosse a cobrança, muitos vagariam pelo existencialismo, mas existem os desejos além da fome e do tesão a saciar, daí ergue-se o corpoà procura de algum ofício que lhe renda grana, pois assim ele poderá ter aquela moto sonhada,sair de casa para morar sozinho, comprar sua droga, ser reconhecido por ser alguém na vida, seja um "Dr." , seja um nome numa plaquinha, uma carteira assinada, poder pagar aluguel,dar de comer aos filhos...
Isso me faz lembrar uma mecanização de um setor industrial onde é preciso ter produção para continuar no emprego.De forma quase totalmente inconsciente o indivíduo se robotiza, fecha os olhos à sua dor pela necessidade de sobrevivência e, do lado oposto pela necessidade de satisfação de seus desejos.
Nos dois lados existe uma total indiferença, uma impessoalidade tal que ele começa negando suas próprias carências e frustrações como algo nocivo, como se questionar a si mesmo o porque de de suas atitudes, é admitir o fracasso da sobrevivência. Olhar para o outro? Enxergar sua dor? Ser íntimo,não de corpo, mas de alma, é cada vez mais inoportuno a esse homem que foge de si mesmo, imagine dos outros, todos aqueles espelhos-reflexo a refletir suas rugas, sua cara de cansado, sua face edemaciada de tantas emoções reprimidas, tanto medo, estresse, preocupações. Ele passa, sem graça até, escapa da verdade que o outro lhe joga na cara, resiste a aceitar seus limites como apenas obstáculos a vencer. Esse indivíduo se vê pequeno diante de qualquer pedra no sapato, ele não admite crescer, se descobrir frente ao novo, ou ele é o cocô do cavalo do bandido ou está sentado no trono sanitário, ele é um "mendigo da vida" a catar restos de afeto, a gozar em rapidinhas em camas desconhecidas. Ele se isenta de sua identidade, não tem mais o valor da palavra dada, da origem familiar, de ser filho de alguém, de assumir suas idéis, de discutí-las.
Ele é único, não uno, desconhece a unicidade do indivíduo que lhe confere o direito de ser indíviduo(individualidade) e a partir desta terá oportunidade de ser ele mesmo, se mostrar, se exibir como parte de um todo, onde se diferencia em si mesmo. O se isentar de se colocar, a mudez é de uma extrema covardia, maior do que o orgulho em se achar independente e incontestável junto às suas convicções e crenças. O homem nasce para marchar como um guerreiro, ir a luta plea sua vida, mas fundamentalmente, fazer dela algo crescente, de valor pessoal e o aprendizado é estar ali, sempre ao fim de uma batalha conquistada e enxergar um novo desafio,seja em precisar dar marcha ré ou voar confiante.
6 comentários:
Amiga Sà, adorei esse texto...
conheço inúmeras pessoas que cresceram e ficaram cheias de medos, manias e presas a suas convicções sem aceitar mudar nada...e é tão triste ver as pessoas agindo assim e passarem anos e anos sofrendo em função de sua própria falta de coragem e de vontade de tomar uma atitude e assumir seus erros, ou enxergar a si pra mudar alguma coisinha...
nesse reveillon mesmo, cercada pela família toda vi como as pessoas se deixam levar por coisas que as prejudicam, como não aprendem a impor limites deixam o sofrimento tomar conta de suas relações, como se sentem dependentes do outro aceitam qualquer coisa, quando cansam ou desistem de procurar a felicidade e vão empurrando as situações ruins com a barriga...
acho que tudo que vivemos aqui é aprendizado...mas nem tudo pode ser atribuído ao carma, temos a possibilidade de lutarmos pela melhora e pela felicidade.
só pra completar...eu tb cresci e virei uma pessoa frustrada, ansiosa e com medos demais...mas por conta da criação que meus pais me deram....e o que ajudou a melhorar isso e me deu outra visão de mundo foi a religião e minha terapia. Que me fez compreender que eu posso ser mais livre de mim mesma e dos padrões de comportamento que eu carregava a muitos séculos (literalmente) comigo.
Querida Sà, sempre com seus textos magníficos.
É, as vezes estamos cercadas de situações que englobam uma estrutura protecionista. Muitos não entendem que esta proteção, pode ser podante num futuro.
E com certeza criarmos medos. Tento a todo dia combater alguns meus. Talvez voltar a minha terapia. Mas sou uma pessoa muito exigente comigo mesma, as vezes eu mesmo me cobro, outras me boicoto.
Que coisa linda Sá. Amei sua mensagem lá no blog. Sabe pensamos muito parecido....
E relamente estamos muito presos a individualidade que nos é imposta, pois cercada disso, acabamos sendo isolados , independente do querer!!
bjs mil, feliz 2010!!! Pra nós, pra vennus também!!
nossa!!!! amo vir aqui e me deparar com esses textos lindos!!!
excelente!
sempre me faz pensar.
bjo grande
ahhh "eu me esbaldo na tramontina" hahahaha essa foi ótima! solteirona que adora utensilios pra casa, hahahahahh!
só tu mesmo! jhahaha!
bjos
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