quarta-feira, 29 de julho de 2009

Malabarismo-Mágica-Criatividade = Prazer?

Já tive minhas fases de "penetrar" no mundo virtual de olhos fechados.Anos 90, primeiro computador, um mundo a explorar e um bando de nicks pra conhecer. No início era aquela galera que se reunia na tela e pra falar besteirol, era quase um clubinho, um ensinando o outro, se cercando dos hackers e sexo mesmo acabava no telefone. Meu primeiro ficante virtual foi ao vivo e a cores, depois de uma ladainha telefónica toda madrugada. O menino 14 anos mais novo fazia meu muro de resistência ir arriando a cada dia. No dia D, caí em cima, adoro homens tímidos, cheios de receios, sem jeito, a gente põe logo no jeito. Aqui que tá o jeito é o do momento, não tem trilha, sequência de cinema, rola o que dá pra se viver e sentir. O melhor de tudo pra mim é torcer para o próximo game, isso incita minha veia conquistadora.
Mas nesse vida, nem tudo são flores, você encontra, desencontra, uns somem num "delete", mudam de nick como mudam de cueca e nesse ambiente onde todos são tudo o que quiserem e puderem convencer, você um dia acaba esbarrando num "bom de boca", ops, bom de papo de dedos. Uma coisa é o cara ter um discurso sedutor, outra bem diferente é um esquema tático de saber ir levando a gente no papo. Primeiro te conquista pela simpatia, depois vai se tornando mais íntimo, e um dia você cai na fogueira da paixão virtual.
Existem vários tipos de sexo virtual, tem o estilo criativo e charmoso, tudo muito no sutil e sugestivo que excita mas nem sempre te leva a uma troca literal do diálogo dramático do gozo, esse acaba numa punhetaa solitária, relendo o texto na tela. Mas tem aqueles que eu os chamo de Homo-bruttus, ele já entra mandando tirar a calcinha, te massageando os peitos, chupando o umbigo e indo às vias de fato, e aí de você se não seguir a rota de colisão dele, ele fica puto porque você não brinca a brincadeira dele. Ainda existem aqueles que lhes falta habilidade e criatividade para se expressar, se nas teclas a coisa não ousa ser expressa, fico imaginando o diálogo corpo-a-corpo, nossa, frustrante demais as suas 1/2 dúzia de palavras sugestivas e ler na tela:
_ AAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
_Goooooooooooooooooooooooooooooooooooozzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzei!!!!!
Parece até gol aos 2 minutos do início da partida, e ele fica na maior felicidade.
E eu, ali de expectadora seca e suave tal qual um absorve íntimo intacto.
Mas chegou o dia de eu conhecer um mestre do amor virtual, esse foi, por longos meses, um companheiro de excitação e prazer. O bom da história era que o cara adorava fazer enredo, e eu amo isso de fazer historinha, a oisa tinha quase um estilo pessoal, a descrição das cenas começa num simples encontro, numa palavra sacana, foram bons momentos intelectualmente prazerosos, mas como eu queria ter 3 mãos naquelas horas...Ainda era sem microfone e câmera, a imaginação ganhava sempre, mas nada pior de conseguir descobrir um jeito de se tocar, tecla, pensar no que dizer e como expressar o que sente.Valeu, mas acabou quando em algum momento não tinha mais como manter o virtualismo da história.
No frigir dos ovos, sobra muito pouco prazer real, satisfação virtual e muito auto-engano de se acreditar um sedutor (a). Como exercício excitatório é tal qual um filme pornô com roteiro, please, o jogo de palavras pode ser estimulante, bem menos ameaçador na possibilidade do cara-a-cara com toda a ansiedade do desconhecido na cama, do êxito ou fracasso sexual, da dor da rejeição, da grana pro motel, do carro pra um amasso, do se mostrar para o outro. Muito confortável a sensação de "poder virtual" daquele que se diverte se enganado e enganando a si mesmo que faz sexo e tem prazer.

2 comentários:

Diário Virtual disse...

Desculpa, mas morri de rir no teu comentário lá na Desassossegada sobre dar chá gelado em pleno inverno pro ex-namorado.

HAUHAUAHAUAHUAH, bjos

Perdida disse...

raxei como a omparação:
Parece até gol aos 2 minutos do início da partida

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

bjosss