Por Onde Andam Nossos Valores ?

Somos fruto do que já se fez, o que foi construído pelo homem, o que o próprio homem destruiu durante as lutas de poder, nos ensinaram a ausência do valor da história, do valor dde nossos ancestrais, gerações e gerações que geneticamente se criaram e deram origem à nossa constituição genética. O povo da terra foi expatriado, dizimado, junto com ele a maior parte das tradições, do conhecimento prático com a natureza, a sabedoria de uma outra sobrevivência, lhes roubaram o direito à posse  de seu chão.
O homem guerreiro lutou pela terra, pela seu crescimento  como indivíduo social  entrou na engrenagem do desenvolvimento industrial e foi engolido pela máquina, se submeteu a um cotidiano produtivo e nada criativo. Se tornou parte de uma máquina consumista esmagadora, se submeteu ao protecionismo dos mais poderosos, se robotizou.

Lutou por guerras não suas, morreu e se mutilou pela disputa de poder dos dos grandes, capitulou ante a destruição de lares, de gente inocente, viu barbáries, foi torturado pelo medo e pela dor e compaixão.

Ainda bem que as ideologias sobrevivem às mentes pequenas que usam da fé, da carência e ignorância de um povo para usurpá-lo  de seus direitos. Sempre haverão mãos a se unir contra a injustiça e a dor humana.

O homem se move e se modifica através do amor, reconstrói sua auto-estima e briga por ser reconhecido, aprende a respeitar seu igual, dá a vida a um outro ser, constrói um lar onde aconchega e protege os seus.

O menino sonha, cria seu próprio mudo onde a inocência o salva , onde a esperança do herói o estimula a querer vencer pelo bem. É tempo de acreditar que pode mudar o mundo, fazer diferente, ter o que lhe falta.

Quantos valorizam o conhecimento e podem usufruir deste, sabendo do real valor de uma mente que pensa e reflete sobre sua realidade, que não se isenta de dizer de seus anseios, que critica e não tem vergonha de não saber, que aprende e passa adiante.

Que o uso conhecimento em benefício do povo, de sua comunidade, que defende melhor qualidade de vida. Diplomas e títulos são papéis que nem sempre constituem qualidade e competência de seus donos.

Que a arte como expressão maior da sensibilidade e inspiração do homem seja sempre preservada. Cada um de nós tem o direito de expressar seu olhar do universo, criar, inventar, dizer de suas emoções, de contar histórias, de se comunicar e trocar experiências únicas a despertar o povo para a sua verdade ou fantasia, fazendo rir ou chorar.

Que a vida seja uma experiência plural, onde sejamos participantes, colaboradores, beneficentes, sejam um grupo  em prol de um ideal, que sejamos companheiros, cúmplices, torcedores, vencedores, que possamos amar uns aos outros como irmãos, aprender com as diferenças.

Que o tempo seja testemunha do caminho percorrido por nós, que jamais visto como peso, degeneração. Que a infância seja cuidada com proteção e afeto, da mesma forma que na velhice. Que a maturidade nos dê a ponderação do "meio", do usufruto das pequenas coisas, da aceitação do que se foi e a esperança do que ainda se há de criar e viver.