terça-feira, 22 de junho de 2010

Ora ....Bolas ...

Aqui estou eu no ritmo da bola , ou seja das "bolas" sacudidas pelo molejo dos golpes de pernas troncudas a lutar por espaço para colocar Ela, a bola no gol. Nessas imagens macro a gente vê de um tudo por trás das insinuantes malhas dos sorte e camisetas dos uniformes dessa plebe de testosterona suando pelo sucesso.
Como espectadora, adoro a competição, torço sempre pelos mais fracos, me emociono como êxtase que cada um vive no gol, curto de montão a luta árdua daquelas pernas se trombando pelo gramado, quase como nos tempos das grandes batalhas romanas. Como sempre os homens transitam numa Seara de quebra-de-braço onde os mais fortes ganham, principalmente quando são medíocres.Ser um bom perdedor precisa ser muito bom mesmo. Talvez por isso em parte, somos espectadores de nossa arte de pernas, essa habilidade e ginga de quadris que cria com graça a condução nos pés dela, avançando pela área adversária,passando entre as pernas do goleiro, engando a trave, que fica invisível quando a bola faz uma curva e explode na rede!
Diante das bolas, pensava em como a fama e o poder tira a bola do pé do jogador e faz dela Coroa, poder, política, comércio, deslumbramento, um torvelinho que o famoso enreda o jovem mancebo "dono da bola".
Ser "o cara" não é mole naum, naquela manto verde rola bola e rola chute, palavrão, cabeção, uma vaidade enorme, grande humilhação. O cara se faz  diante do conjunto, estrela solitária vira córner, solitário, à espera da grande bola,o passe mágico do companheiro. Tudo muito movido à busca do sucesso, depois à manutenção deste, do desfrute de um conforto estonteante, mulheres, montanhas de dinheiro. O cara é comprado literalmente, anunciam por todos os cantos o quanto ele vale ou o quanto oferecem por ele. Vai lá garoto, mostrar seu talento, mostrar que sua bola é de ouro, faz gooooooooooollll , paga tuas dívidas, sai da pressão. O cara pira nos primeiros tempos, é tanto flash, mordomias, mulher dando bola e outras coisas mais, que ele vai nas nuvens. Um sonho de criança, um desejo fervoroso dos pais para o filho ser o herói e santo padroeiro do conforto da família. É um remar contra a maré até o dia em que o santo pé faz gol e um olheiro vê e leva ele pro mundo.
Sonhar mais um sonho pode ser a perdição, o cara se perde na fantasia e  e não cresce, a experiência é quase um desdobramento desse personagem famoso com o qual e se veste quase 24 horas por dia,a bola, seu instrumento de trabalho, vira uma bolha de sabão, impalpável num chute a gol. O cara viaja pelo mundo, carro do ano, mansão, até se perde entre os corredores, empregados, aquilo tudo vazio, a solidão do ídolo que precisa se esconder da multidão eufórica, a volta pra casa é quase um mausoléu com troféus, objetos de arte  e uma batucada barulhenta vinda lá do som da piscina com churrasqueira, matando as saudades de gente como a gente. De fato, a pane no circuito começa quando o cara descobre que ele não é esse aí do poster, do comercial de televisão, as pernas começam a bambear,os joelhos dobram, a virilha enrijece,e o cara termina na mesa do cirurgião para reformar as "conjunturas", pois a estrutura forçou demais.
Chega o dia em que a casa cai, caem as esposas devotadas, o empresário ladrão, os amigos trapalhões, o cara quase que termina atrás das grades. Sobram-lhe a bolas, as bolinhas de Extase para descontrair nas baladas, para nublar a cara das prostitutas,  o caos de meses sem marcar um gol. As pernas trançadas num caminhar de bebum, fazendo  driblando a si mesmo, num caminho sem fim, onde o fim é o começo de voltar para trás,começar de novo,vide Careca e outros atletas de ponta em vários esportes. Matar ou morrer [e a opção,ou se renega essa parafernália e se amadurece de dentro pra fora, ou vai muito cedo ser vítima em vez de herói. É quase um caminho traiçoeiro este do poder, principalmente onde existem milhares de papa-bobo só a espera de um pés descalços, serelepes num campinho de várzea, olhos esbugalhados à espera dodo cara de terno e carrão.
Ah... ser brasileiro é isso, uma taça cheia de bolas cremosas, aromáticas, com calda de mashimellow, castanhas piscadas, aquela cereja-toda-pura em licor marrrasquino. É muito bom desfrutar desse talento todo, dessa maravilha de povo que torce, grita, para tudo pra ver a seleção, o coração na mão,a fé na testa, esse povo que faz festa antes, durante e nem sempre ganha a copa, mas esse não compra ninguém, ele somente sorve do mel  da terra,esse bando de meninos-grandes que vivem pra fazer gol e a gente poder festejar muito tanto talento, tanta garra de uns, tanta fé de outros, tanto boicote, politicagem, roubalheira que suja o talento,engorda o bolso dos comilões do futebol.
Eu, sou brasileira, com muito orgulhooo, 
com muito amoooorr!


4 comentários:

Morbid_Angel disse...

Oi Sa, pra comecar, adorei a descricaum do blog, nuss... sem palavras.
E qnto ao post, foi uma excelente reflexaum e isso naum ocorre somente com os jogadores de futebol, mas com as celebridades em geral, como os astros de rock como li q Kurt Cobain uma vez afirmou q tinha passado tanta miseria na vida q qndo o Nirvana decolou, ele soh conseguiu sentir uma grande apatia por todo akele glamour e bem... conhecemos o desfecho de sua historia. As pessoas q naum tem maturidade pra lidar com fama, sucessso (sera q alguem consegue ter essa maturidade? eu me pergunto, pq tem seu lado aparentemente bom, mas aos poucos vai se tornando um carcere) akbam tendo finais tragicos msm.
Bjos meu anjo, teu blog tah kda dia mais excelente, pq ele reflete quem VC eh. E vc deve msm ter mto orgulho de ser VC.
Te amo.

Desabafando disse...

Acho que tudo que eu poderia comentar o Bleeding Angel já comentou. É muito fácil se perder quando se tem muito poder e dinheiro nas mãos mas falta o essencial ao coração.

Diário Virtual disse...

Sempre venho aqui, leio e nao comento, preguiça mode on!

Maravilhoso post, como sempre.

Bjo grande

Amiga do Cafa disse...

Tudo tem seu preço. O principal é não se deslumbrar e manter a humildade. Pé no chão.
Adoro ver pernas, braços, corpos suados jogando o jogo da " morte".

Beijão