Homens! Lobos ou Bobos ?

Nascemos de uma linhagem de homens-lobos, machões, pátrio-poder, delimitando a ascensão feminina para manter o seu lugar. O homem dominava comovo macho animal, pela força e pela limitação, cortava as asas das donzelas, as mantinha numa gaiola nem sempre dourada depois do casamento, e o mundinho pequeno de quem não tinha conhecimento, não conseguia muito erguer a voz diante do amo e senhor da qual se via subjugada, para ousar reclamar, seja de sua frustração no "cargo" de mulher servil, seja na pretensão de gozar. Os machões continuam à solta, na minha teoria a grande maioria são trogloditas por pura covardia, a testosterona sobe do pênis para a cabeça e eles esbravejam boçalidades  tão ridículas, que nem se dão conta de seu papel. 

Os lobos uivam pelas noites e as moças donzelas e abandonadas ficam atiçadas com o calor vertente em suas entranhas, elas desejam a punição, muitas pedem pelos maus tratos, a dor, gozam no tranco, precisam dessa "força" do macho como se a intimidá-las a jorrar seu gorro e se derreterem de prazer entre os lençóis. Algo lá no "fundo do saco de Douglas"- parte final da vagina, grita pelo animal que invade até o fim, bate com a cabeça na última barreira e toca fundo nessa mulher-das-cavernas que existe em todas nós.

Brutos, o personagem do Popeye, reflete bem esse elemento  mais animalesco, sem noção que sobrevive entre nós nas alcovas,e também ainda aparece naqueles que precisam alardear o quanto são homens, seja no grito, na silhueta esculpida em músculos ou no tamanho de tatuagem, como quase uma propaganda de vamos comprar. É, minha visão cética e muito intelectualizada da questão, me faz girar em torno dessa apelação tão fora de coerência racional,a não se tida como um comércio do que se põe a venda no mercado,tipo aquelas maquiagens que escondem o natural, o homem nu. O mais interessante, que por mais que hoje o mercado feminino já tenha o olhar de desejo no visual masculino,  ainda assim na hora H, esse arranjo macho fica de lado e conta mais o sentir-se cúmplice do outro, menos a segurança que o leão de chácara nos dava, mais a possibilidade de contar com o outro.

Existem os Bobos da Côrte, em tese, a maioria admite em algum momento essa faceta mais clin e perde o borogodó em algum momento. Nem sempre esses são os ditos "homens sensíveis", muito ficam a dever como esteriótipo machão e se permitem um desvio para um caminho onde ficam mais a mercê do desejo feminino. Eles têm outros tantos atrativos, mas esses não aparecem, mas quando tiram a roupa, a conversa muda de tom, eles se doam com menos performance e mais ardor. O pinto pode ser dos normais, mas pela falta de testosterona extra, eles alimentam vários banquetes numa fome pessoal de provar que podem ser exímios amantes e dedicados companheiros. Dentro dessa classe vamos encontrar os "amebas" o lado oculto dos machos inválidos, são os que vivem dos restos ou das migalhas jogadas pelas mulheres que preferem homens que se submetam a elas, que aceitem e se aproveitem em usufruir de tudo o que elas dão e pagam, e se vendem, se hospedam, vampirizam , são troféus de braços dados com elas nos eventos, noitadas, preenchendo vazios, fertilizando filhos, fazendo de conta que são príncipes-sapos. Há quem os ache útil, como do lado inverso, muitos machos se utilizam das marias-gasolinas, como forma de otimizar sua sexualidade frustrada.

Penso que essa realidade é plausível diante da busca do encontro, do desejo sexual, das várias formas de sentir-nos aceitos, participantes, dentro de algum contexto com o qual possamos nos nutrir, consolar.Meu olhar crítico fala de algo mais nesse caminho, de um sem fim de atalhos que quase sempre mascaram almas masculinas e femininas fugindo da solidão, querendo sair da frustração, sem em nenhum momento perguntar asi mesmo do que precisa para ser feliz.

Somos passageiros de um caminho a ser desbravado.

Somos sozinhos para escolher atalhos.

Somos nus diante do outro.

Somos iguais.

Nós...